O amanhecer foi de tirar o fôlego. O dia iniciou sem muita bruma, depois ela chegou repentinamente, o sol correu atrás dela e foi iluminando cada canto das rochas. As cores do amanhecer mudando a cada momento. As brumas passeavam pelo pequenos vales e entre os topos elevados do monte. Ora iam, ora ficavam. Fotografei muitos detalhes, muitas cores e formas!
Vejam as cores desta rocha!
Gabriel voltando de sua faina matutina de lavar louça e trazer água para o café!
Reflexos do sol!
Top five landscape in my life:
- Amanhecer no topo doTepui Roraima;
- Lençóis Maranhenses;
- pororoca no Araguari
- Arrecifes (Tayrona Parque - Colômbia)
- outono Montpellier.
Mas não dá para dar uma nota, nem colocar em ordem, seria injusto!
Mas ainda falta muito pra ver - neve, vulcão, etc...
Bem, bem, ora da verdade: será mais fácil descer ou subir?
Após aquele café da manhã gostoso! Todos descemos juntos até a primeira parte do topo.
Moleza a primeira parte!
Depois deste ponto fiquei para trás e pedi a Jaime que não se preocupasse pois desceria passo a passo!
E assim foi... Mas o mais importante é que pude me despedir de cada pedaço de paisagem daquele tepuia, que nem tinha sonhado em conhecer tão cedo!
Passo das Lágrimas, again!
No passo das lágrimas Jaime me esperava. Pois seria a parte mais difícil da descida. Esperou-me passar o caminho de pedras soltas. pediu-me para dar um recado ao Jaime e e depois se foi! Que anjo...
Rochas desnudas e pedras soltas no passo das lágrimas
Gabriel passou por mim e passei-lhe o recado de Jaime. O almoço seria na base...
Belezas do caminho...
All right, confesso: a descida foi muito mais fácil do que eu tinha pensado!
Tão fácil que para tornar a coisa um pouco complicada, antes dos dois trechos mais íngremes e a 45 minutos do acampamento base, quasi torci o tornozelo esquerdo em uma área extremamente plana, tudo por querer caminhar mais rápido!
Estes últimos quarenta e cinco minutos antes do acampamento base pareceram uma eternidade!
Resultado: fiquei marcando, tentando esquecer que poderia ter torcido o tornozelo.
Ganhei de presente dois grandes calos que só vi a noite!
Mas enfim cheguei ao acampamento base...
Todos já tinham almoçado e estavam descansando. Jaime contou o tempo: meu tempo de de descida foi o mesmo da subida: quatro horas. Bem, eu jurava que tinha demorado mais. Seria muito menos se o tornozelo e a pressa não tivessem atrapalhado. Aliás, Jaime quis verificar. Nem pensar, para quê ver no meio do caminho! Era só caminhar e a noite a gente veria!
Bem atrasada, comi e FUUUUIIIII! Jaime me alertou para ir devagar e que só havia um caminho. Sim um só caminho até o rio Ték...
Adios Tepuy Roraima ...
uma vez a cada 10 anos! Quem sabe...de novo...ya, ya, ya...
E vamos lá descendo e subindo os morros...
Olhem o tamanho desse grilo!
No rio Kukénan a gente tem que passar de meia, assim como no rio Ték por causa das pedras lisas! Portanto, começamos a utilizar as sandálias com meias.
Após o Kukénan errei um pouco o caminho, mas o GPS me alertou! Nada mais do que uns quinhentos metros perdidos!
Quando voltei ao caminho principal ouvi gritarem o meu nome, olhei e não vi ninguém. Mistérios do Monte Roraima...
Ver a igrejinha foi um alento, pois sabia que logo após estava o acampamento do rio Ték.
Vista a uma hora do acampanhamento.
Mais de perto...
Quando cheguei no rio Ték, Taiki e Gabriel me esperavam. Joguei minhas sandálias para o outro lado, quase as perdi. Obrigada Gabriel!
Ele queria buscar minha mochila, mas imagine... ainda dava pra andar uns metros...
Rio Ték
Chegar foi muito bom, mesmo que tenha sido com duas horas de atraso, mas em plena luz do dia! Isso é importante!
O tornozelo? tinha inchado, latejado, esquentado, esfriado quando passei o Kukénan e o Ték!
Mas estava lá são e salvo!
E para não dizer que não olhei a geologia..
marcas onduladas. Lindas não???
Bloco de rochas com estratificação vertical (queda de blocos)
Olhem esse contato! De livro!
Este também!
Noite de memórias, contos e experiências.
A noite após o jantar, houve uma conversa bem franca sobre a expedição.
Jaime agradeceu a todos e também elogiou o grupo, pois dissera que este tinha sido um dos melhores grupos que ele levou ao topo em toda a sua jornada de guia.
Desde o primeiro momento ele tinha notado a perfeita sintonia entre todos e os laços de amizada e irmandade que se formaram. As preocupações uns com os outros. As gargalhadas que foram do início ao final! Mesmo cansados, todos sorriam!
Cada um falou de sua impressão da viagem (em inglês).
Revelei meu receio de viajar em grupo, pois adoro namorar cada pedaço do caminho, prefiro a solidão a más companhias, mas elogiei que lgo na saída da pousada a dúvida havia se dissipado quanto vi o quanto divertido seria o grupo;
Depois, Jaime começa a revelar os perigos da caminhada, do topo, etc. Conta dos acidentes que já houveram.
Do terremoto de dois anos atrás quando estavam no topo da montanha e todos correram (a montanha estava ruindo...). Falou de resgastes, etc.
Beat tirando um sarro diz: e só agora tu contas isso? Tu tinhas que ter contado antes!
Ya, ya, ya. concordamos que não queríamos saber mais das histórias tristes sobre o Monte. Queríamos ele lá todo imponente, um gigante sem muitos perigos!
Começou a sessão tornozelo. Obrigada Jaime e Taiki!
Aproveitei pra perceber que duas montanhas de calos saiam de cada lado dos meus pés. Bem simétrico não?! Foi incômodo dormi com aquilo...
Mas o quê? Não dava pra lembrar deles. Depois de todo aquele esplendor da natureza, chegar só com isso era fichinha!
A sintonia era tanto que quanto ia pedir a Jaime para ir na frente, pois caminharia devagar, ele já estava pensando nisso. Assim eu sairia primeiro pela manhã, antes de todos!
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