terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

27/01-Quinta-feira, sexto dia, por quê no Sétimo ninguém descansou! kkk

Rio Ték a Paratepuy Roraimma-Santa Elena

Como combinando sai cedo, as 6:38. 

 




O grupo saiu 7:45 h. O dia amanheceu nublado. Continuou assim por uma boa parte do tempo.


Deixei um grito no lenço de papel para eles! Pedi a Gabriel passar o recado, mas esqueci de pedi para ele gritar o que estava escrito no lenço quando fossem tomar o café. Que pena!...
Os tornozelos estavam melhores, sabendo disso pude caminhar com confiança e mais rápido! Já os calos...
 
Na volta pude perceber ainda mais a paisagem que ficou para trás no primeiro dia da caminhada. 
As horas de aventuras no Monte Roraima se esvairam. As eternas nuvens no Kukenan...
Era uma paisagem linda. Saber que caminhei, subi e voltei era gratificante. Grata surpresa e o melhor presente de ano!

No caminho, encontrei uma família de indígenas. Quis tirar uma foto, mas não foi possível! Seus vestígios pelo caminho deixavam imagens que relembram os achados arqueológicos.
Os animais foram muitos, ainda bem que não encontrei cascável. Quando estava no topo do morro em que se avista pela primeira vez a vila de Paratepuy Roraima, Taiki aparece. Do rio Ték até ali são exatamente 10 km. Nessa hora eu estava me xingando porque estava tentando fotografar uma borboleta! 


Taiki deu tchau. Assim, não valia! Como eu ia chegar primeiro pelo menos uma vez!!! Ele não andava, corria! Depois veio Jaime!

Assim, fui a terceira a chegar na entrada do parque.
O alívio foi imenso, mas o prazer de ter ido e voltado indescritível! 
A alegria do grupo... as belezas da caminhada... e os cuidados compartilhados foram únicos! Estávamos cansados e extasiados.

Taiki tentou carregar o peso que Gabriel carregou durante todos os dias. Olha que não tinha comida! Não conseguiu.
E após um delicioso almoço, com bastante frutas, nosso carro chegou e nos fomos. Passamos pela vila de São Francisco, eu trouxe um souvenir.


Despedimo-nos dos guias. Foi um prazer imenso!


Chegando a pousada, nada como um bom banho! 


Fomos jantar juntos para comemorar a façanha.  Pena que quase todos os restaurantes estavam fechados.


Plano do próximo dia: chegar a Caracas e partir para Santa Marta em Colômbia!

26/01_Quarta-feira, quinto dia: descendo hasta o rio Ték

Acordei muito cedo, pois não ia perdi meu último nascer do sol no topo do Tepuy Roraima. Com a paisagem o frio era um detalhe secundário!
O amanhecer foi de tirar o fôlego. O dia iniciou sem muita bruma, depois ela chegou repentinamente, o sol correu atrás dela e foi iluminando cada canto das rochas. As cores do amanhecer mudando a cada momento. As brumas passeavam pelo pequenos vales e entre os topos elevados do monte. Ora iam, ora ficavam. Fotografei muitos detalhes, muitas cores e formas!

Vejam as cores desta rocha!


Gabriel voltando de sua faina matutina de lavar louça e trazer água para o café!


Reflexos do sol!





Top five landscape in my life: 
 - Amanhecer no topo doTepui Roraima;
 - Lençóis Maranhenses;
 - pororoca no Araguari 
 - Arrecifes (Tayrona Parque - Colômbia) 
 - outono Montpellier. 
Mas não dá para dar uma nota, nem colocar em ordem, seria injusto!
Mas ainda falta muito pra ver - neve, vulcão, etc...

Bem, bem, ora da verdade: será mais fácil descer ou subir?
 

Após aquele café da manhã gostoso! Todos descemos juntos até a primeira parte do topo.



Moleza a primeira parte!




Agora a parte mais difícil...



Depois deste ponto fiquei para trás e pedi a Jaime que não se preocupasse pois desceria passo a passo!
E assim foi... Mas o mais importante é que pude me despedir de cada pedaço de paisagem daquele tepuia, que nem tinha sonhado em conhecer tão cedo!

 
Passo das Lágrimas, again!

No passo das lágrimas Jaime me esperava. Pois seria a parte mais difícil da descida. Esperou-me passar o caminho de pedras soltas. pediu-me para dar um recado ao Jaime e e depois se foi! Que anjo...

Rochas desnudas e pedras soltas no passo das lágrimas



Gabriel passou por mim e passei-lhe o recado de Jaime. O almoço seria na base...

Belezas do caminho...





All right, confesso: a descida foi muito mais fácil do que eu tinha pensado! 
Tão fácil que para tornar a coisa um pouco complicada, antes dos dois trechos mais íngremes e a 45 minutos do acampamento base, quasi torci o tornozelo esquerdo em uma área extremamente plana, tudo por querer caminhar mais rápido! 
Estes últimos quarenta e cinco minutos antes do acampamento base pareceram uma eternidade!
Resultado: fiquei marcando, tentando esquecer que poderia ter torcido o tornozelo.
Ganhei de presente dois grandes calos que só vi a noite! 

Mas enfim cheguei ao acampamento base...

Todos já tinham almoçado e estavam descansando. Jaime contou o tempo: meu tempo de de descida foi o mesmo da subida: quatro horas. Bem, eu jurava que tinha demorado mais. Seria muito menos se o tornozelo e a pressa não tivessem atrapalhado. Aliás, Jaime quis verificar. Nem pensar, para quê ver no meio do caminho! Era só caminhar e a noite a gente veria!

Bem atrasada, comi e FUUUUIIIII! Jaime me alertou para ir devagar e que só havia um caminho. Sim um só caminho até o rio Ték...


Adios Tepuy Roraima ... 


uma vez a cada 10 anos! Quem sabe...de novo...ya, ya, ya...


E vamos lá descendo e subindo os morros...


Olhem o tamanho desse grilo!

No rio Kukénan a gente tem que passar de meia, assim como no rio Ték por causa das pedras lisas! Portanto, começamos a utilizar as sandálias com meias.

Após o Kukénan errei um pouco o caminho, mas o GPS me alertou! Nada mais do que uns quinhentos metros perdidos! 
Quando voltei ao caminho principal ouvi gritarem o meu nome, olhei e não vi ninguém. Mistérios do Monte Roraima...
 
Ver a  igrejinha foi um alento, pois sabia que logo após estava o acampamento do rio Ték.
 
Vista a uma hora do acampanhamento.


Mais de perto...

Quando cheguei no rio Ték, Taiki e Gabriel me esperavam. Joguei minhas sandálias para o outro lado, quase as perdi. Obrigada Gabriel! 
Ele queria buscar minha mochila, mas imagine... ainda dava pra andar uns metros...

Rio Ték

Chegar foi muito bom, mesmo que tenha sido com duas horas de atraso, mas em plena luz do dia! Isso é importante! 
O tornozelo? tinha inchado, latejado, esquentado, esfriado quando passei o Kukénan e o Ték! 
Mas estava lá são e salvo!

E para não dizer que não olhei a geologia..


marcas onduladas. Lindas não???


Bloco de rochas com estratificação vertical (queda de blocos)


Olhem esse contato! De livro!

Este também!

Noite de memórias, contos e experiências.

A noite após o jantar, houve uma conversa bem franca sobre a expedição. 
Jaime agradeceu a todos e também elogiou o grupo, pois dissera que este tinha sido um dos melhores grupos que ele levou ao topo em toda a sua jornada de guia. 
Desde o primeiro momento ele tinha notado a perfeita sintonia entre todos e os laços de amizada e irmandade que se formaram. As preocupações uns com os outros. As gargalhadas que foram do início ao final! Mesmo cansados, todos sorriam!
Cada um falou de sua impressão da viagem (em inglês). 
Revelei meu receio de viajar em grupo, pois adoro namorar cada pedaço do caminho, prefiro a solidão a más companhias,  mas elogiei que lgo na saída da pousada a dúvida havia se dissipado quanto vi o quanto divertido seria o grupo;

Depois, Jaime começa a revelar os perigos da caminhada, do topo, etc. Conta dos acidentes que já houveram. 
Do terremoto de dois anos atrás quando estavam no topo da montanha e todos correram  (a montanha estava ruindo...). Falou de resgastes, etc. 

Beat tirando um sarro diz: e só agora tu contas isso? Tu tinhas que ter contado antes! 
Ya, ya, ya. concordamos que não queríamos saber mais das histórias tristes sobre o Monte. Queríamos ele lá todo imponente, um gigante sem muitos perigos!
Começou a sessão tornozelo. Obrigada Jaime e Taiki! 
Aproveitei pra perceber que duas montanhas de calos saiam de cada lado dos meus pés. Bem simétrico não?!  Foi incômodo dormi com aquilo...  
Mas o quê? Não dava pra lembrar deles. Depois de todo aquele esplendor da natureza, chegar só com isso era fichinha!

A sintonia era tanto que quanto ia pedir a Jaime para ir na frente, pois caminharia devagar, ele já estava pensando nisso. Assim eu sairia primeiro pela manhã, antes de todos!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

25/01 Terça-feira, quarto dia: O ponto tríplice!

O dia amanheceu fechado!

 O tempo foi assim o dia inteiro!

Taiki encontrou a famosa rã do tamanho de uma unha!
Frio intenso... 
Jaime pregunta: 
- quem que ir ao ponto tríplice? Me, eu, yo ...
Todos é claro! 
Um aviso antes: 10 km de ida e 10 km de vinda. Almoço só teríamos na volta!
Caminhando para as três fronteiras!
E assim foi… No caminho as rochas formam figurar imaginárias e inimagináveis. 
A chuva era fina e se revezava com a neblina, vez por outra espessa. Ora esquentava (claro estávamos caminhando!), ora esfriava… 
A caminhada com certeza foi bem mais fácil do que da subida ao topo. As rochas eram maravilhosas e desfiam a imaginação de qualquer pessoa que saiba apreciar a paisagem!




Cadê você Junko?

Um macado sapeca!


Vale dos cristais.

Mirante para a última comunidade do Brasil na Reserva Raposa do Sol!

Enfim o ponto da tríplice fronteira!
Ah! meu Brasil!

Desculpem aí mas o do Brasil estava mais bonito...

Que pena! a Guyana...


 Encontro com outros expedicionários...

 Brasileiros acampando em outra cova!

 como já tomamos banho antes do vale dos cristais...

Qual era a pergunta mesmo?

O caminho parecia ter se alongado!
Na volta, eu fiquei para trás (como sempre) e Taiki me acompanhou. Por momentos nada enxergávamos. De vez em quando Jaime aparecia para mostrar o caminho. Mas dava para conferir as marcas dos sapatos e a tênue trilha esbranquiçada nas rochas.
Jaime verificando se tudo estava bem atrás!


Caminho através da neblina!


Plantações de rochas por todos os lados!
 

 O cansaço foi chegando e parecia que nunca íamos chegar até a cova!
Gritei varias vezes por açúcar no caminho, tinha acabado tudo, e a fome apertava! 
Mas pouco a pouco não havia mais fome, só cansaço e mais nada... 
O automático tinha chegado e a gente só pensava no caminho. Certo momento, como Taiki estava tão calado, perguntei-lhe o que estava pensando. A resposta: 
- em meu país, para pensar em outra coisa diferente! Dei uma gargalhada...
O mais legal disso tudo era apenas caminhar, sabendo que íamos chegar. 
Eu aproveitava ainda cada minuto da paisagem! Afinal embora cansada quando ia poder ver novamente essas paragens!...
Chegamos muito atrasados ( mas sabem como é: - o importante é chegar!). 
A sopa estava quente e nos esperando! No final conferí no GPS foram 23 km!
Uma noite muito fria!
O frio da noite foi muito pior de todas até aquele  momento! Era muito cedo para dormir e embora com frio, eu e Gabriel ficamos conversando por longas horas para passar o tempo, contando de nossas países, nossos costumes e tentando entender o mundo. O frio expulson as outras pessoas do grupo para dentro de suas barracas. Também esperávamos pelo show de luzes das estrelas, mas elas tímidas, não vieram nesse dia!
Enfim... o sonho não chegou, mas o cansaço bateu. Fui dormir! Ou melhor, tentar dormir: com o declive dentro da  barraca fiquei escorregando a noite inteira e tentando não incomodar minha parceira de barraca!

24/01 Segunda-feira, terceiro dia: Rumo ao topo

Pela Manhã!
Amanheceu um dia muito lindo! A primeira coisa que procurei foi a cascata do dia anterior. Estava lá linda! Depois fiquei olhando o quanto a paisagem mudava. Uma nuvem gigante entre o Kukénan e o Roraima brincava e dançava pasando entre os dois tepuias!





Corre que ela te pega!

Subida Difícil!
A pequena, mas primeira parte do camino era muito difícil porque passava por dois trechos ingremes em solo argiloso (ainda bem que o terreno estava seco). Na final do primeiro trecho, Jaime mudou a posição de minha mochila pequena e amarrou atrás junto com a mochila grande. Claro que sob veementes protestos com direito a foto e tudo! Não funcionou, pouco a pouco foi caindo e me desconcentrando do caminho! Beat me ajudou a desatá-la e enfim ela voltou a sua posição oficial: coladinha ao meu peito me dando segurança. Afinal já fazia parte do meu corpo e me dava uma seguraaannnça… Quando chegamos perto do grupo avisei ao Jaime que a mochila tinha escorregado!
Flores e fungos pelo caminho após os trechos íngremes!

Trecho mais fácil
 

Bromélias quase do meu tamanho.
Parecia estarmos no Jurássico! Um parque de dinossauros!
Pouco a pouco fui me distanciando do grupo com Sungho, depois pedi que ele passasse a frente, que eu iria passo a passo.
Após os dois trechos íngremes é necessário continuar em subidas e descidas até a segunda parte mais difícil: um vale com uma descida e subida pelo Passo das Lágrimas. Parecia tão longe o outro lado! Antes de chegar a esse trecho Gabriel me alcançou.
Uma foto para a posteridade, queria realmenta estar cansada!
Logo que parava com dois minutos estava em plena forma! 

O tempo cerrou-se antes de chegar ao passo das lágrimas!

O Passo das Lágrimas
Quando vi aquele desfiladeiro pensei, Uau!!! Será que consigo? Gabriel contou-me que algumas pessoas desistiam nesse trecho, mas eu disse não meu amigo se cheguei até aquí eu vou mais. Do outro lado Taiki e Sungho acenavam. Bem… se chegaram posso chegar! Resolvi ir cantando pelo caminho e me limitar a olhar apenas o caminho em minha frente e não mais o caminho para cima. Assim alcançaria cada pedaço de cada vez. A paisagem no entanto era de tirar o fôlego. Aproveitei para fazer um  pouco de geología.
 Gabriel descansando antes de enfrentar o Passo das Làgrimas!

 Do outro lado do vale! O grupo subia a pleno vapor!

Procurem Taiki e Sungho acenando!

Tempo de ver a cascata em pleno funcionamento!

 Para mim não era o passo das lágrimas: Era SIM o VALE DAS LÁGRIMAS!
O passo das lágrimas é composto por um quartzito extremamente fraturado, e você o atravessa sob gotas de águas da cachoeirinha que vi lá de baixo! O caminho não tem vegetação e você conta sua habilidade para pisar no lugar certo! Pelo caminho alguém tinha feito uma escultura com as pedrinhas. Aquilo para mim foi um sinal de esperança, sim são as marcas de quem já veio por aquí, então, poso ir…
Ao final não foi tão difícil! Mas ai vem o trecho das rochas do topo. Nesse trecho você escala as rochas com as mãos. Pensei apenas que a descida poderia ser pior!!
Enfim.. o CUME!
Quando cheguei ao topo com uma hora de atrasada e gritando PRESENTE! Todos me felicitaram com um agraço e Jaime contou o tempo de atraso de cada um. Eu estava na minha média, para quem pensou que ia chegar duas horas atrasada: cheguei apenas uma hora atrasada!

Enfim, caminhamos pelo topo para chegar ao nosso abrigo de acampamento. Não antes de eu dar uma corrida de alegría por ter chegada. Afinal, 44 anos nas costas e consegui chegar sem um arranhão. Nem mesmo mordída de mosquito!

Uma pequena caminhada para chegar até a cova. Nossa casa!

Não é montagem. I swear!

Que felicidade, que felicidade!

Tartaruga voladora!

A cova
A neblina era geral e foi assim até chegarmos a cova.
Lá um aprendizado importante: o barro tem que ser feito dentro do saco, junto com uma espécie de cal, amarrar o saco sem ar e depositar no baldinho de surpresas. Detalhe não se pode fazer xixi no saco junto com o barrinho! Eu e Junko nos olharmos e falamos juntas: isso será difícil!
Neblina geral na chegada! Muito frio!

Caminho para o barrinho!

Do alto, bem do alto!
Como ainda era cedo! Fui dar olhada por perto! Daqui a pouco Jaime chega procurando por Sungho. Voltamos a caverna para pegar o GPS para procurá-lo! Quando íamos sair eu e Taiki Sungho chega, realmente se perdeu e um guía  o trouxe de volta.
A procura de Sungho
Mas o grupo se juntou rapidamente e pareciam exploradores. Jaime acabou se rendendo e nos levou a um mirante espetacular!
 Lindas!!




 Os céus deram um folga para a caminhada até o mirante!

No mirante a forte presença da natureza te faz calar! Realmente era lindo. Para mim e Taiki foi difícil difícil ficar na margem. Parecia estarnos no céu, olhando para a Terra. Tínhamos medo de altura!






Melhor ficar bem garantida na cova...

do que na borda!



A noite esperamos pelas estrelas, mas as nuvens eran intensas. Nada mais restava que dormir!
Na barraca descobrir que minha cama estava em um declive e durante a noite varias vezes tive que retornar ao meu lugar, pois acabaría por esmagar Junko. Desculpe ai Junko!